Restaurante à mineira

Por Dayane Barretos, Maria Fernanda Pulici e Mayra Costa

Restaurantes de Mariana. Foto por Maria Fernanda Pulici
Entre 07h30 e 8h da manhã os funcionários dos doze principais restaurantes da cidade de Mariana começam a preparar o almoço dos cerca de 150 clientes que cada um recebe diariamente. Esses clientes consomem, em média, de 30 a 40 quilos de comida por dia, entre almoço e jantar.

Os ingredientes que compõem o cardápio desses restaurantes nem sempre vêm de perto. Grandes distribuidoras de marcas conhecidas do mercado alimentício brasileiro trazem diretamente a esses estabelecimentos parte dos ingredientes necessários para as refeições diárias. A salada tem que estar sempre fresca, então é comprada diariamente no comércio regional. Já o arroz, o feijão e o macarrão, opções que não podem faltar, são adquiridos no comércio local, em média, a cada quinze dias.

Restaurante Bistrô. Foto por Maria Fernanda Pulici
Em uma cidade história e turística de Minas Gerais, os pratos que conquistam o consumidor são os tipicamente mineiros. Tropeiro, costelinha, angu, couve, frango com quiabo, entre outros, são os que não podem sair do cardápio. O preço varia dependendo da preferência do cliente. O prato feito, famoso na cidade, sai, em média, por R$8. O quilo da comida nos restaurantes self service custa R$24,90. E na opção a La Carte, os pratos saem por volta de R$38, servindo duas pessoas.

Fazendo jus à fama da receptividade mineira, os funcionários, que variam de seis a quinze dependendo do tamanho do estabelecimento, são sempre atenciosos. Os ambientes são aconchegantes, variando entre a simplicidade e a sofisticação.

Ao chegar ao Bar e Restaurante Dois Irmãos, “seu” Eufrânio abre um largo sorriso e diz “Fica a vontade, vou pedir para uma dessas moças bonitas atender a sua mesa” referindo-se às garçonetes.

O cardápio é simples, arroz, feijão, farofa e uma carne à escolha do cliente. As pequenas mesas brancas com 4 cadeiras cada são dispostas irregularmente no salão. Na parede, pequenas placas anunciando as especiarias da casa: “fazemos caipirinha”, “temos suco natural de laranja”. O ambiente é simples, as garçonetes sorridentes e a refeição tem gostinho de comida de mãe.

Bar e Restaurante Dois Irmãos. Foto por Maria Fernanda Pulici
Por volta das 13h30min é a hora do almoço do “seu” Afrânio e de sua esposa, eles se sentam no salão junto com os clientes, muitos deles frequentadores do restaurante há muitos anos, como ”seu” Zé Geraldo: “Sou cliente daqui há 20 anos, as opções do cardápio não mudaram (risos) mas eu me sinto em casa aqui, não é seu Eufrânio?”. E é assim, entre brincadeiras, piadas e provocações que os clientes e proprietários desfrutam da refeição diária. “A ideia era criar um restaurante para todo mundo, pobres, ricos, estudantes, todo mundo vem comer aqui. Muita gente daqui da cidade tem vergonha de entrar nesses outros restaurantes chiques do centro, aqui eles não tem esse problema” diz o gerente. A impressão é de que o restaurante é uma extensão da casa do proprietário. Ao pagar a conta ele nos pergunta atencioso e sorrindo confiante: “Ficaram satisfeitas? Vê se voltam hein meninas!”.

Saindo da rotina da comida caseira
O marianense também gosta de comer fora de casa. Uma parte considerável dos 54.179* habitantes da cidade de Mariana frequenta os restaurantes da cidade. A maioria dos proprietários dos estabelecimentos consultados afirma serem os próprios moradores uma parcela significativa da clientela diária, mostrando que comer fora faz parte dos hábitos do cidadão de Mariana.

*IBGE – Censo 2010


Grupo 4. Edição de texto: Dayane Barretos; Foto: Maria Fernanda Pulici; Vídeo e making off: Mayra Costa.

Assista ao making off da matéria.

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